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AUDIOTOUR FICCIONAL (2005 – 2018)

 

O HOMEN DO CHAPEU

 

(XVIII Festival de Inverno, SESC Santo André / Paranapiacaba, SP (Brasil). 2018)

 

Ágata cuida de Nenê em um asilo em São Paulo. A velhinha lhe conta uma história intrigante de sua vida em Paranapiacaba e Ágata decide viajar até a vila para saber mais.
Ela vai atrás de pistas da vida de Nenê, de sua tia Emília e de um enigmático homem com chapéu.

Logo Ágata se depara com muitas perguntas em aberto: O que teria acontecido naquela época com a tia Emília para que fosse embora da vila? Quem é este homem do chapéu? E por que Nenê está tão interessada nele?

O que começa como um passeio pela cidade natal de Nenê, torna-se passo a passo uma história policial na qual suas personagens e a história do lugar se confundem entre a neblina e as palavras de Ágata.

 

 

FICHA TÉCNICA:

Ideia, direção e roteiro: Ariel Dávila e Christina Ruf (BiNeural-MonoKultur)
Design sonoro e música original: Guillermo Ceballos
Voz: Ana Luiza Leão
Pesquisa: Ariel Dávila, Christina Ruf, Gabriela Giannetti
Assessoramento histórico: Eduardo Pin
Tradução ao português: Alessandro Atanes
Poesias citadas: Trechos de “Vila Mágica” e “Moça formosa da estação” de Francisca de Araújo
Design gráfico carteirinha do clube: Natalia Rojo
Produção local: Gabriela Giannetti
Produção geral: Felipe França Gonzalez
Agradecimentos: Zélia Paralego, Pedro de Souza Maia e Priscila Paralego – ‘Os Memorialistas’, Tatiana Machado, Vilma Rosa, Alexandre e Igor Almeida Oshiro, Maria Aparecida Carillo (Cida), Geyson Ric, Marcia Salvador Tersetti, Leandro Machado, Enrique Portela Silva
Co-produção: BiNeural-MonoKultur + Difusa Fronteira
Realização: SESC Santo André

 

PESQUISA:
Paranapiacaba tem uma história muito particular que está ligada à ferrovia. É uma vila criada por engenheiros ingleses na metade do século XIX na Serra do Mar, próxima a São Paulo. A finalidade era desenvolver e construir um sistema funicular de carga de mercadorias e também de passageiros que comunicava o porto de Santos com o interior do Estado de São Paulo.
Poderíamos dizer que Paranapiacaba tem um caráter especial, com sua localização na serra em meio à Mata Atlântica, seu estilo arquitetônico inglês (incluindo um relógio que imita o Big Ben de Londres) e a neblina densa que sobe quase diariamente do Atlântico e envolve a vila por completo.
Realizamos a pesquisa histórica assessorados por Eduardo Pin e conhecemos a idiossincrasia desta pequena cidade e a forma como se organizava socialmente na época da ferrovia: Havia uma clara hierarquia segundo as categorias de trabalhadores, e as casas e edifícios também eram distribuídos seguindo esse critério.
Nos chamou a atenção que na história do lugar as mulheres quase não eram mencionadas. Elas apareciam em registros fotográficos, talvez fossem conhecidas por causa de quem se casavam (mas só se fossem parte de alguma família mais proeminente), mas quase não se sabe nada delas.
Encontramos no Clube União Lyra Serrano uma daquelas fotos com mulheres e a tomamos como ponto de partida para imaginar a vida delas. Nos ajudaram alguns relatos sobre a vida social e assim desenvolvemos o roteiro a partir desse ponto de partida. Por sua neblina, sua arquitetura e em parte pela quantidade de lendas e histórias com que conta, a vila nos propôs escrever um Audiotour Ficcional de gênero policial noir e com um toque feminista. Assim nasceu a história que fala de várias gerações de mulheres e de um crime relacionado com o misterioso homem do chapéu.